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INFÂNCIA ACELERADA: DICAS PARA PROTEGER AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES DA “ADULTIZAÇÃO”

Rotinas sobrecarregadas, agendas lotadas de atividades, uso de roupas, acessórios e equipamentos eletrônicos inadequados para a faixa etária, além da exposição excessiva a vocabulários e conteúdos impróprios para a idade, são situações cada vez mais comuns na vida de crianças. Elas muitas vezes são estimuladas pelos pais e pela sociedade a adotarem hábitos e comportamentos que são inapropriados para a idade que possuem. Esse fenômeno é conhecido como adultização infantil e traz preocupação, pois implica em sérios riscos e pode acarretar enormes prejuízos para o desenvolvimento da criança.
 
De acordo com especialistas, a antecipação de experiências e responsabilidades próprias da vida adulta, afasta as crianças de exercícios naturais e essenciais para o desenvolvimento de processos cognitivos, habilidades motoras e linguísticas, além de comprometer as relações afetivas da criança. Para a psicóloga Renata Moraes Constante, o processo de adultização da infância tira da criança um importante espaço, e a coloca no papel de “mini adulto”. Isso resulta em consequências negativas que podem afetar toda a vida da criança, como transtornos depressivos e ansiedade. “Tudo isso prejudica a socialização, estimula o materialismo e consumo excessivo, promove a baixa autoestima, sentimentos de inadequação e até mesmo o amadurecimento sexual precoce“, alerta.
 
A juíza Paula Afoncina Barros Ramalho esclarece que a "adultização infantil é a exposição de crianças e adolescentes a responsabilidades, comportamentos, conteúdos e hábitos inapropriados para a idade, pois são típicos do modo de vida adulto”.
 
De acordo com o psicólogo Reginaldo Torres, da Coordenação da Infância e da Juventude do TJDFT (CIJ), a sexualização infantil é definida como a imposição externa de sexualidade a crianças e adolescentes, geralmente por adultos. Isso acontece a partir da valorização excessiva da aparência ou da indução a comportamentos sexualizados. Essa prática é distinta da sexualidade infantil natural, que faz parte do desenvolvimento humano saudável e decorre de um processo espontâneo de autoconhecimento corporal.
 
Prevenir essas violações é dever da família, da sociedade e do Estado. Isso passa por reconhecer crianças e adolescentes como sujeitos de direitos e exige que pais, familiares, tutores e instituições públicas assumam papel ativo na proteção das condições que favorecem o desenvolvimento integral.
 
"Nesse sentido, criar ambientes seguros, afetivos e respeitosos, tanto no espaço físico quanto no digital, é fundamental. Manter um canal aberto de diálogo e oferecer tempo de qualidade para interações que valorizem o brincar livre e a construção de vínculos afetivos. Essas práticas fortalecem a autonomia e a confiança da criança, além de permitir que ela compartilhe dúvidas e experiências com segurança”, explica Reginaldo Torres.
 
No ambiente digital, é importante estabelecer acordos claros sobre o tempo de uso de telas, restringir o acesso a aplicativos com classificação indicativa inadequada e avaliar os riscos associados à exposição em redes sociais de imagem de crianças abaixo de 12 anos de idade.
 
A observação de mudanças comportamentais como: irritabilidade, isolamento, ansiedade ou obsessão por aparência pode indicar impactos negativos da exposição a conteúdos sexualizados.
 
Iniciar conversas com crianças e adolescentes sobre proteção, respeito ao corpo e limites exige sensibilidade, escuta ativa e adequação à faixa etária. Materiais como a cartilha “Um Presente Especial” ( https://www.tjdft.jus.br/informacoes/infancia-e-juventude/informacoes/publicacoes-textos-e-artigos/publicacoes/publicacoes-1/cartilha_um_presente_especial.pdf ) e o seu vídeo explicativo ( https://www.youtube.com/watch?v=rgjNOTNy8Vo ), desenvolvidos pela Justiça da Infância e da Juventude, são recursos valiosos para apoiar esse processo. A obra apresenta, de forma lúdica, conceitos como “toques bons” e “toques ruins”, que ajudam a criança a identificar situações que invadem sua intimidade e validar seu direito de dizer não e pedir ajuda.
 
O Guia de Uso de Telas por Crianças e Adolescentes ( https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/imagens-e-arquivos-2025/guia-de-telas_sobre-usos-de-dispositivos-digitais_versaoweb.pdf ), publicado pelo Governo Federal, oferece orientações práticas para famílias e educadores sobre como abordar o uso de dispositivos digitais com responsabilidade. O material recomenda, por exemplo, que adultos ajudem a criança a entender o que é privacidade; sempre respeitar os limites de idade e maturidade.
 
Ações no ambiente digital
 
Controles Parentais: Configure os mais altos níveis de proteção e use ferramentas para limitar o tempo de tela, bloquear conteúdos impróprios, restringir a comunicação com estranhos e desativar recursos como reprodução automática e notificações.
 
Monitoramento e Diálogo: Monitore o que os filhos assistem, acessam e compartilham, acompanhe suas atividades online e conhecer suas senhas. Tenham conversas abertas sobre os perigos da internet, explique a importância de não compartilhar informações pessoais e de ter cuidado com desconhecidos.
 
Privacidade: Ensine sobre a importância de senhas fortes e de proteger a geolocalização. Ajude a gerenciar às configurações de privacidade e segurança das contas dos filhos, para que não exponham sua vida.
Denúncias: Denuncie conteúdos e perfis que explorem crianças e adolescentes. Use canais como o Disque 100, o Portal "De Boa na Rede" e o aplicativo "Direitos Humanos Brasil".
 
Ações no ambiente social
 
Valorize a Infância: Promova e proteja os momentos de brincadeira, lazer e diversão, que são essenciais para o desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças.
Ambiente Familiar: Crie um ambiente familiar seguro, com amor, carinho e apoio, reserve tempo para interagir com seus filhos.
 
Educação Equilibrada: Incentive uma educação equilibrada, e não pressione a criança a se comportar como um adulto, mas que a prepare para o mundo de forma lúdica e criativa.
 
Ação da sociedade
 
Mobilização Social: É responsabilidade de toda a sociedade, famílias, escolas e governos, garantir que as crianças vivam sua infância plenamente.
 
Canais de Apoio: Use os canais de denúncia disponíveis, como o Disque 100, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e o Conselho Tutelar.
 
Fontes
 
https://colegiopassocerto.com.br/noticias/infancia-acelerada-dicas-para-proteger-as-criancas-da-adultizacao/ e https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/2025/agosto/adultizacao-infantil-como-reconhecer-prevenir-e-proteger-criancas-e-adolescentes , com adaptações, acessado no dia 02/setembro/2.025.
 
Núcleo Técnico Pedagógico. 27/setembro/2.025.

Observação: Este texto também pode ser visualizado no “site” do Colégio (www.cpsb.com.br), via App Plurall (para alunos) e App Plurall Família (para pais e/ou responsáveis).

 

 

18/10/25
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